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domingo, 20 de novembro de 2011

Curta Cena, A Casa da Atriz

O que se pode fazer em um tempo curto?
Cozinhar, levar o cachorrinho para passear, assistir o comercial do SIM e NÃO, ficar pensando na pessoa amada, ajudar a vovozinha a montar a árvore de natal, enfim... Muitas coisas. E se juntar vários intervalos de tempo curtos até forma um tempo razoável. Sendo que nosso tempo vale muita coisa e nos dias de hoje não se tem muito tempo a perder porque a água já tá no fogo, o cachorrinho que fazer suas necessidades na calçada, o comercial tá quase para interromper a cena da novela das nove, amores platônicos só sevem para nos frustrarem e a vovozinha passa mais de 10 min. para saber qual é a cor da bola... Nós dA Casa da Atriz decidimos juntar esses tempo curtos em cenas.

Novembro traz de volta o Curta a Cena, projeto dA Casa da Atriz que reúne atores e atrizes para um exercício de convivência, simplicidade e confiança, receber o público e com ele dividir a nossa lida, a nossa vida. Autores diversos, estilos diversos, autorias, costurados pela insubmissa obra de Qorpo Santo, dramaturgo brasileiro nascido José Joaquim Leão, em Triunfo, interior do Rio Grande do Sul. Professor, escritor, delegado de polícia, vereador, foi diagnosticado como monomaníaco e interditado pela família. Estigmatizado, isola-se, cria sua própria gráfica e escreve compulsivamente. Seus personagens, projeções dele próprio e com ele se confundindo são personificados aqui pelo ator Nilton Cézar. Dirigidos por Hudson Andrade e secundados técnica-afetivamente por Yeyé, Paulo e Luciana Porto, pedimos que nos acompanhem nesse itinerário de sensações mundanas, sentimentos humanos e no divino que existe em cada um de nós.

CURTA A CENA nA Casa da Atriz
Direção: Hudson Andrade
Com: Bernard Freire, Cleber Cajun, Dheyvyth Guylhermeth , Fernando Sarmento, Juliana Porto, Leoci Medeiros, Nilton Cézar e Thatiana. Endereço: Rua Oliveira Belo, nº 95 – entre Generalíssimo e D. Romualdo de Seixas.
Dias: 24, 25 e 26 (QUI a SAB) de Novembro de 2011
Às: 20h00
Ingresso: PAGUE QUANTO QUISER! Venha, entre, assista e decida quanto quer pagar!
Prestigie o teatro!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

LEITURA DRAMÁTICA

A Casa da Atriz, dentro do seu projeto Leituras Dramáticas, traz uma das grandespeças de Bertolt Brecht (1898 – 1956): Um Homem é um Homem. No texto do alemão, cresce a idéia da criatura como um ser transformável. Nessa leitura, apresentaremos a versão que Paulo José escreveu e dirigiu em 2007 para o grupo Galpão, uma das mais influentes companhias teatrais brasileiras, dando ao texto ares brasileiros, sem perder a essência rascante e precisa da sua dramaturgia original.

Galy Gay, um estivador, só queria comer um peixe, e enquanto a água é posta a ferver, sai em busca dos seus desejos. Mas “Você não pode fazer o que quer.”, afirmam-lhe, e o homem se vê transformado num soldado de uma companhia de metralhadoras, partindo para uma guerra que não é sua, para devorar seus iguais. É a anatomia de uma transformação. Mas quais os seus móveis? A influência do meio, ou o desejo único e particular do protagonista?
Venha descobrir, questionar e, de alguma forma, transformar-se.

SERVIÇO:
Um homem é um homem
Texto: Bertolt Brecht. Adaptação de Paulo José.
Dias 17 e 18 de novembro de 2011
20 horas
Entrada franca.

Direção: Claudio de Melo
Com Anastácio Campos, André Lima, Bernard Freire, Cláudio de Melo, Hudson Andrade, Juliana Porto, Leoci José de Medeiros, Luciana Porto e Nilton Cézar.
Produção: Paulo Porto e Yeyé Porto
Realização: A Casa da Atriz

Nosso endereço: Rua Oliveira Belo, 95, Umarizal, entre Generalíssimo e D. Romualdo de Seixas.
e-mail: casadaatriz@gmail.com
contatos: 8149 1001 / 8733 2067 / 8290 3165 / 8290 3166 / 8199 1322

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Curta a Cena, A Casa da Atriz


Curta a cena. Cena curtas. Curta!
Aproveite. Usufrua. Aproprie-se. Vivencie o que é próprio do teatro: Mergulhar! Nas cenas (curtas), nas pessoas, no mar, nas lembranças. Nos atores e atrizes sempre dispostos a curtir a vida em pequenos pedaços de ilusões.
A Casa da Atriz traz mais uma edição do CURTA A CENA, sua mostra performática, reunindo atores da casa e convidados para apresentar em diferentes linguagens e ambientes os sentimentos e emoções do ser humano.
O público é guiado por DÂNDI – um perfeito cavalheiro, uma máscara, um símbolo, que preenche de lazer e pensamento o ócio do dia-adia.

A direção é de LUCIANA PORTO.

Em cena, CLEBER CAJUN questiona Por    que você faz teatro? Mostrando como pode ser lírica e patética o viver dessa arte exigente.

BERNARD FREIRE nos apresenta Bárbara, entre poesias, livros e Caio Fernando Abreu.

Os anjos dormem. É o que afirma FERNANDO SARMENTO, solitário e questionador; duvidando entre a realidade e a fantasia, o céu e a terra.

Contar uma história. É o que propõe IRACY VAZ enquanto vive um cotidiano de dona de casa, cujo personagem divide sua atenção entre O morto no mar da Urca e o belíssimo vestido azul e amarelo que irá usar no dia seguinte.

Atrás das grades existe alguém. Há alguém que precisa ser salvo, mas não sou eu, afirma GABRIELA MENDONÇA, pedindo que olhemos para essas tantas pessoas que pedem socorro até ficar sem voz.

Da saudade de uma bailarina por um marinheiro feito de sal, areia e gozo nasce A minha memória que se arrepia, onde JULIANA PORTO encerra esse interlúdio a que nos permitimos entre dois atos dessa nossa vida diária.

Permita-se esse intervalo.
Venha curtir com a gente.
CURTA A CENA
DIAS 19 E 20 DE OUTUBRO DE 2011
20 HORAS
LOCAL: A CASA DA ATRIZ (Rua Oliveira Belo, 95, entre Generalíssimo e Dom Romualdo de Seixas).
INGRESSO: PAGUE QUANTO QUISER (venha, assista e decida quanto quer pagar).

Dramaturgia: vários
Direção: Luciana Porto
Elenco: Cleber Cajun, Bernard Freire, Fernando Sarmento, Iracy Vaz, Gabriela Mendonça e Juliana Porto
Ambientação Cênica: Néder Charone
Iluminação: Sônia Lopes
Contrarregragem: Hudson Andrade e Leoci Medeiros
Produção: Paulo Porto e Yeyé Porto
Realização: A Casa da Atriz
Participe da camapnha permante de doação de papel  A Casa da Atriz. PAPEL A4 SEM USO de qualquer cor ou gramatura. Obrigado pela colaboração.

A Casa da Atriz

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Cia Deshérois de Teatro: O Sorriso do Abismo



Abismo, único espaço para acalmar nossos sentimentos. Uma onda de aniquilamento que sobrevém ao sujeito por desespero ou plenitude. Deshérois se mantém sob o domínio destas magníficas visões. Um ator que questiona os estereótipos dos variados indivíduos que fazem teatro para manifestar a vontade de se estar no palco. Um escritor frustrado pelos romances, que não consegue escrever um novo livro, passa a criar ilusões sobre o mundo. Um mendigo a procura de um novo lugar para sobreviver, onde o perdão é aceito pelos anjos. Uma prisioneira onde sua atividade revela abandono e perplexidade.

Apresentação da Companhia Deshérois de Teatro no Curta Cena nos dias 19 e 20 de outubro, às 20h, na Casa da Atriz. (Rua Oliveira Belo, 95, entre Generalíssimo e Dom Romualdo de Seixas). Entrada: pague quanto quiser.

Bernard Freire

domingo, 26 de junho de 2011

Por trás do que eu não vejo


No inverno de 1995, lembra-se de como o dia frio e chuvoso dava a sensação de como a vida era maravilhosa. Claro que aquilo tudo não era eterno. Mas sentado na frente da porta de sua casa, observando as gotas caindo, fez com que aquela cena ficasse gravada para sempre em sua imaginação. O momento e uma imaginação inocente que somente a infância podia lhe proporcionar. Que seriam uns dos primeiros passos para assumir uma vida.
Seria difícil tentar não falar do trabalho apresentado na disciplina Leitura e Expressão do Olha, ministrada pela professora Wlad Lima. No meio da apresentação, enquanto se dava uma das cenas, revir todo o processo de criação do espetáculo. Aproveitei os últimos momentos quando estava em cena e quando os outros estavam em cena. Sentado, parado no meu lugar, pensei na história de cada um. Nas alegrias. Nas perdas. Nas dores. Nos encontros. Seria muito injusto dizer que foi perfeito e que acabou. Pode até ser. Mas sinto que por dentro ainda há algo querendo continuar. Espero poder continuar trabalhando com meu olhar e o meu corpo em outras disciplinas do curso (lógico que vai continuar).
Meus ‘Times de Botões’ que são meus amigos desde a infância, compartilharam um pouco de mim para que os outros me ajudassem na minha apresentação. Não sinto saudade. Sinto que conseguir realizar um trabalho. Um trabalho que eu sempre fazia como outro qualquer. Deixei de pensar assim quando me toquei que aquilo era teatro, e se eu não me entregasse ali, tinha que abandonar parte do meu conhecimento. Falo em conhecimento porque adquirir muito lendo e observando sobre artes cênicas. Não queria perde isso.
Agradeço as professoras, aos meus amigos de turma, ao Manoel de Barros e aos meus Times de Botões. Pude sentir o que já não sentia. Reencontrei meu avô em minhas lembranças. Relembrei de quando eu era feliz e não precisava fingir. Percebi que mudei. Não queria ter mudado. Como pude percebe isso só agora. Continuarei a percorre numa parábola de interrogações, amores infantis, heroínas românticas, desejos secretos, sonhos de consumo, tentativas de suicídio, vontades próprias, ilusão caótica, mentes abertas, blasfêmia, obcecação e idéias ridicularizadas. Mas vivo de ficções em um mundo real, e isso me conforta. Aprendi a fazer teatro. Que dizer, estou apredendo.

*O olhar, a palavra e o fato que eu te amo: tudo está em movimento (A via láctea).

sábado, 25 de junho de 2011

Algumas cenas do ensaio

Camila (foto valéria)

 Cecílio

 Rogério

Profª. Wlad

 Todos empilhados (momento descontração)

Lorena e Aniz

Eu (cobrir com a flor pra não mostrar a lágrima de 'emo' no olho [maugda])


Eu e a Lorena

sexta-feira, 24 de junho de 2011

A poesia de Manoel




Picadeiro de objetos



Viver de inventar as coisas é bem mais emocionante do que viver de repetir as coisas. De reproduzir o que já existe e o que é colocado para nós reproduzirmos.

Meu corpo segue a vontade de minha imaginação. Assim me largo entre pensamentos para descobrir o que não existe.

Quando era criança, usava meus pés para voar. Agora, já adulto, vejo que eles apenas sustentam meu corpo. (As poesias de Manoel trouxeram as asas dos meus pés novamente).

Pensei que atravessar a rua era a coisa mais difícil da vida, mas não é. Posso atravessar a rua em meus pensamentos e me imaginar do outro lado e vê como seria está desse lado que estou. Trocar sem sair do lugar. Foi o que aconteceu quando vi os objetos que formavam o picadeiro. Os objetos das pessoas que eu conhecia apenas como um ‘ser normal’. Eles ali, desabando sobre um picadeiro seus sentimentos. Eu parado do outro lado observando. Quer dizer... Recebendo e trocando. Os objetos tinham alegria. Recebi alegria. Os objetos tinham tristeza. Recebi tristeza. Tinham inúmeros motivos. Recebi inúmeros motivos. Os objetos tinham vidas. Troquei a minha vida.

Agora posso brincar entre palavras e corpos. Entre meu corpo palavra. Entre o espaço do outro, mas respeitando meus limites. Posso está parado e me imaginar dentro de uma grande bola. Agora estou dentro de um picadeiro trocando meu corpo pelas palavras.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Um pequeno diálogo com a imaginação e seus fundamentos para a construção do que não existe

– Hoje foi me apresentado a poesia de Manoel de Barros.
– Não, não era nenhuma poesia romântica.
– O romantismo ia além das palavras bonitas.
– Existia a simplicidade através do olhar do poeta.
– O olhar que poucos têm.

Fecheis os olhos e vi naquele escuro a verdadeira arte das palavras. Elas se misturavam com os objetos formando sentimentos que tiravam de mim o que já não tinha. “O que tuas mãos fazem?”, perguntou um objeto que estava esquecido no chão. Não respondi. Apenas imaginei o que elas poderiam fazer. “Para onde teus pés te levam?”, perguntou outro objeto que impedia o meu caminho. Fiquei pensando sobre isso. Acho que mesmo parado podemos ir para onde quisermos, desde que nossa imaginação se sinta à vontade.

Juntei todas as minhas indecisões e troquei por um pequeno espaço no universo. Irei construir um planeta com minhas lembranças do passado. Onde meu corpo se transformará em outros corpos para não me sentir só. Onde viver não será mais uma obrigação. Meus sonhos se transformaram em músicas para fazer a sonoplastia do meu cotidiano. Irei viver no meu mundo, onde a realidade será ficção e ficção será a minha realidade. Irei viver como num filme, num livro, numa poesia de Manoel de Barros.

– Em seu mundo inteligente e cheio de loucuras o que pretende fazer?
– Deixar minha realidade e viver de ficção para ir além das fronteiras.
– Eu não sou mais eu. Sou tudo.
– Sou todas as coisas.

Bernard Freire

Sobre um sonho, imaginação e realidade

"Carrego comigo uma mochila de séculos atrás. Acabei de depositar o meu corpo dentro dela. O corpo que não é mais meu".

Nunca tive visões que mudasse meu modo de interpretar meu cotidiano. Mudo conforme as variação dos dias. Me sentindo preso ao meu corpo, à minha imaginação e ao mundo que reflete a minha rotina. Os dias, as pessoas, as coisas em seu devido lugar, nunca conseguirei entender o que me parece ser frágil, o espalhamento das coisas. Vivo dia após dia tentando procurar razões que me faça refletir sobres as transformações da realidade. Conforme as minhas idéias, procuro encontrar respostas que levam esses motivos a serem esquecido; caminho em direção as ilusões cheias de fantasias, onde a realidade se encontra em constantes transformações.
E aos indivíduos que se encontram nela?­ Nunca saberão as mudanças deles conforme a mudança do mundo, ‘nem eu mesmo sei’.
Caminho num circulo onde os dias são os mesmo, mas as vontades são diferentes. Nos tornamos seres comuns a partir do momento em que entendemos as coisas, e indiferente a partir do momento como às interpretamos. Minhas imaginações seguem em linhas onde percorrem o medo, a angústia, a incerteza, a felicidade, o romance, o abstrato; as mudanças constantes que fazem eu permanece ao meio de uma incrível utopia. Essas mesmas imaginações fazem me lembrar da realidade que vivêncio durante o meu cotidiano, realidade que faz lembrar de que as coisas são fatos, e que esses fatos são segmentos que fazem a realidade funcionarem.
Em meio a esse caos todo, posso imaginar que a realidade é apenas um dos motivos para se criar uma história, baseando-se nos acontecimentos imposto no cotidiano. Que fazem os dias serem os mesmo, os indivíduos permanecerem quietos, as mudanças esquecidas, o novo a ser velho, o barulho ser silêncio, os sentimentos passageiros, e o vivo a se mover sobre um sonho, a imaginação e a realidade. 

Agora tenho minha própria mochila para me acompanhar.

Bernard Freire

Minha recepção

Sentir o peso do portão de ferro ao empurrá-lo, assim como também sentia a energia que acabava de receber ao entrar naquele grandioso espaço repleto de imaginações. Tudo era novo. Tudo era estranho. Saber que os próximos dois anos de minha vida iriam se passar ali, junto com outros corpos com o quais iria trocar sonhos. Não sei qual foi o motivo que me levou até aquele local. Talvez fossem todas as minhas lembranças que me levaram espontaneamente. Queria vivê-las novamente.

O quadro de aviso bateu os meus olhos indicando onde seria a atividade acadêmica programada para aquele dia. “Papo de ator. Convidados: Claudio Barradas, Karine Jansen, Wlad Lima. Auditório. Fui guiado com um sentimento calmo para adquirir os conhecimentos do que se aconteceria por ali. Afinal, adquirir referência de outros atores, havia se tornado comum para mim desde o dia anterior, quando assistir a apresentação de um monólogo interpretado pelo ator Claudio Barros. A sala não estava muito cheia, mas os olhares compenetrados das pessoas seguiam a fala dos atores experientes.

Fiquei perplexo com as falas e imaginei o que me aguardava naquela escola. O que iria de fato fazer meus sentimentos transbordarem. Havia tantos dentro mim. Acho que já era hora de trabalhar com o olhar em relação ao mundo. Sempre quis seguir em frente com os olhares do mundo. Minha primeira vontade era viajar e encontrar o inevitável. Acho que encontrei. Quero me jogar no mundo artístico. Deixar o medo apenas como um contra-ponto de quando, em momentos de silêncio, me perguntasse: ‘se eu tivesse ido, como seria?’ Então o medo poderia tomar conta de mim.

Mas eu decidi ir, e quero encontrar tudo. Tudo.

Bernard Freire

quarta-feira, 30 de março de 2011

Meu ponto de partida...

"Sempre quis manter a minha imaginação em contato com o corpo em uma realidade e provocar o esquisito. Acho que talvez agora eu possa por isso em prática". Aqui começa o desenvolvimento da mente, corpo, contato, olhar, arte, através da minha escrita. Uma experiência que irei ao logo do curso, relatar entre as palavras a minha observação e audição, os acontecimentos ocorrido em sala de aula. Espero que as palavras sejam as mais espontâneas possíveis. E fazer com que o leitor tenha seu próprio entendimento. Afinal, para mim, a arte é a nossa imaginação. A sua ficção-real.


Bernard Freire